Eis-me desamarrada, tal como previras.
Não sem dor, nem sangue,
nem sem querer voltar atrás
e não poder
porque tudo já está na frente, adiante,
agora - por que esperar?
Eis-me aqui, desamarrada e desarmada.
Tu que previste o fim das minhas cordas,
sentas-te e olhas-me do fundo dos tempos,
teus olhares como cordas que não mais me acordam
mas me armam me recordam me amam.
Eis-me
desamarrada
desarmada
pobre, seca e espalmada na parede onde antes
me amarravas e armavas com as tuas palavras.