Tuesday 16 June 2009

A minha alma decidiu hoje caminhar ao meu lado,
asas recolhidas talvez por decoro;
olhos pregados no chão, abrindo gretas fendas brechas
por onde a luz fulgurante se esvai e
quer fazer-se ao ar, fugir à terra, entregar-se ao espaço.

A minha alma tem aprendido
pregado os seus olhos
recolhido as suas asas.
As minhas têmporas se enrugam num susto.
Interrogam-me por três vezes.

Sobrevivo pregada e recolhida?
Apesar das gretas fendas brechas?
Apesar da renúncia e da terra vermelha e barrenta que agarra?

Quanto de mim mesma renego ao entregar-me ao teu tempo?

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