Saturday 13 June 2009

Palavra
meu reino
minha substância
meu despreparo.

Entrego-te tudo o que sou e tenho sorte:
às vezes devolves-me a mim mesma.
Outras encostas-me à parede
e não me dás as respostas que quero.
Deixas-me a navegar em silêncio,
num mar parado e sem vento,
nada à popa nada à proa,
apenas o escuro azul no mar em volta.
Tenho de sair dali sozinha
sem a âncora dos teus verbos teus pronomes
esses que pronuncio temente de que descubras qual o nome que não se atreve.
Mas quando me liberto,
e me lanço às águas de olhos fechados,
e grito teu nome à entrada da tua casa,
encontro-me enfim devolvida a mim mesma
num estado mais antigo do que antes.

Devolução rápida.
Apenas me atinge, volto à cor do mesmo dia de ontem.


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